Por que investir em soluções mobile é essencial para as empresas?
26 de agosto de 2024
5 min de leitura
Seja para vender produtos, oferecer serviços, fidelizar clientes ou otimizar processos internos, os apps se tornaram itens essenciais
Em um mundo em que os smartphones se tornaram extensões das nossas mãos, o desenvolvimento mobile ganha ainda mais importância para as empresas que desejam se manter relevantes e competitivas. Independentemente do porte ou segmento, todas as empresas podem se beneficiar do processo de criação de sistemas de dispositivos móveis. Seja para vender produtos, oferecer serviços, fidelizar clientes ou otimizar processos internos, os apps, como são conhecidos, tornaram-se ferramentas essenciais para o sucesso.
O Nubank pode ser considerado um bom exemplo de negócio que deu certo graças aos smartphones. Um dos maiores bancos da América Latina, a instituição tem mais de 80 milhões de clientes sem nunca ter precisado abrir uma única agência física com atendimento presencial. Dificilmente o banco teria chegado tão longe sem um investimento prévio em desenvolvimento mobile.
Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), sete em cada dez transações bancárias são feitas por meio de celulares. Só em 2023 foram registradas 130,7 bilhões de operações feitas através de smartphones no país.
Desenvolvedores
Além dos produtos de legendagem em tempo real, a Skylar também cria soluções mobile, como o Legenda.ai, um aplicativo de legendagem automática de vídeos curtos. O processo de desenvolvimento desse tipo de software é cercado de desafios, que devem ser levados em consideração antes de dar início a um projeto. Estimar o tempo de desenvolvimento é um dos mais importantes, porque, dependendo do tamanho do produto, o prazo requerido pode durar meses ou até mesmo anos.
A complexidade aumenta quando a solução é desenvolvida especificamente para celulares, porque o desenvolvedor deve levar em consideração o poder de processamento dos telefones móveis, o tamanho das telas e as políticas de publicação dos aplicativos nas lojas (da Google e da Apple), que analisam se os aplicativos atendem aos requisitos e normas exigidas.
Muitas vezes as lojas reprovam o aplicativo por descumprir alguma regra, e uma correção é sugerida. Infelizmente essa comunicação não é muito clara, e o time de desenvolvimento precisa desvendar o motivo da reprovação com base em retornos subjetivos da Play Store (Google) e App Store (Apple). É difícil contabilizar com exatidão quantos aplicativos são publicados por dia, mas as estimativas são de milhares; talvez por esse motivo nem sempre os retornos sejam claros.
A construção de um aplicativo requer muito planejamento e envolve profissionais de diferentes campos e com várias competências, como, por exemplo, o UX (User Experience designer) e o UI (User Interface designer), duas áreas complementares e essenciais para o sucesso de um aplicativo móvel. Eles devem trabalhar juntos para garantir que o aplicativo seja não apenas funcional, mas também intuitivo e agradável de usar. Clique aqui para saber mais sobre o trabalho de um UX/UI designer na coluna de Bruno Henrique Martimiano.
O product owner (PO) é uma figura fundamental no desenvolvimento de produtos, incluindo os aplicativos móveis. Ele é o responsável por representar os interesses dos usuários e do negócio durante todo o processo de desenvolvimento, definindo as funcionalidades dos aplicativos e priorizando as tarefas do time de desenvolvimento. O desenvolvedor ou engenheiro de software transforma a visão do product owner e do UX designer UX/UI em um produto funcional, escrevendo o código que dá vida ao aplicativo.
Além do tamanho das telas, os recursos computacionais e a conexão com a internet também devem ser levados em consideração pelos desenvolvedores na hora de criar um aplicativo. Por mais potente que um celular possa ser, ele nunca terá o mesmo desempenho de um computador. Na seara dos sistemas computacionais, tamanho é documento, por isso, quanto maior o espaço para comportar os componentes físicos de um dispositivo, mais rápido ele tem capacidade de ser.
No caso dos celulares isso não é possível, portanto, é importante tentar prever ao máximo as possíveis condições adversas que podem interferir na funcionalidade dos aplicativos, desde a capacidade de processamento do dispositivo até a qualidade da conexão com a internet, de modo a permitir que a experiência seja positiva para a maioria dos usuários.
Desenvolvimento
Os aplicativos são desenvolvidos por meio de linhas de códigos, utilizando o IDE (Integrate Development Environment), ambiente de desenvolvimento integrado em português – um software de criação de aplicações que disponibiliza várias ferramentas comuns de desenvolvimento em uma única interface gráfica.
Uma das ferramentas mais usadas para desenvolver aplicativos móveis é o React Native, um framework criado pela Meta que permite aos desenvolvedores construir a aplicação utilizando o JavaScript, que figura entre as linguagens de programação mais populares e acessíveis que existem, por ter uma sintaxe mais simples.
Além disso, o React Native é polivalente, proporcionando grande economia de tempo, uma vez que a ferramenta possibilita o desenvolvimento para IOS e Android com apenas uma única base de código, driblando o fato de que ambos os sistemas utilizam linguagens próprias de programação. Sem o React Native seria necessário escrever, literalmente, o dobro de códigos para desenvolver um aplicativo que funcionasse perfeitamente nos dois sistemas operacionais, gerenciados por empresas diferentes.
Do outro lado do tabuleiro estão as especializações, como é o caso de uma linguagem de programação chamada Kotlin, usada para desenvolver aplicativos nativos para o Android. A linguagem ganhou força em 2017, quando o Google anunciou que iria fornecer suporte para o Android. A partir daí o Kotlin ganhou credibilidade entre os desenvolvedores e passou a ser considerado seguro para a criação de projetos nativos do sistema Android.
A Apple usa a linguagem Swift para desenvolvimento no IOS. Essa linguagem foi criada pela própria empresa com o propósito de atender às demandas internas. Isso faz com que a Swift seja umas das linguagens mais usadas na criação de aplicativos para a Apple.
Escolher o melhor idioma de codificação para a aplicação a ser criada é um dos fatores mais importantes antes do início do desenvolvimento. Infelizmente não existe uma bala de prata no mundo da programação, o que quer dizer que uma linguagem não é necessariamente melhor do que a outra. O que existe são necessidades diferentes e linguagens mais adequadas a cada tipo de cenário.
Quando o desenvolvedor optar por usar o React Native, toda a equipe precisa saber que ele não é tão performático quanto as linguagens nativas dos respectivos sistemas operacionais. Dependendo da necessidade da aplicação, talvez o framework não atenda às necessidades específicas.
Código aberto
Por trás dessas linguagens existem grandes grupos, de empresas ou de comunidades, que dão suporte para que elas sejam atualizadas permanentemente. Mas por que o Google financia o desenvolvimento de ferramentas de código aberto? O Google gera receitas substanciais com publicidade e, portanto, precisa que mais sites e aplicativos sejam criados. Para isso, é fundamental fornecer as ferramentas necessárias para o desenvolvimento desses produtos.
Para manter o Android, por exemplo, disponibilizar métodos que auxiliem a criação de aplicativos para esse sistema operacional torna-se uma medida estratégica. É por isso que a empresa desenvolve emuladores, ferramentas amplamente utilizadas pelos desenvolvedores. Consequentemente, todos que desenvolvem para Android já esperam que, a cada ano, o ecossistema de Android e iOS seja aprimorado com relação ao ano anterior, e vice-versa. Clique aqui para ler mais sobre código aberto, na coluna de Renato de Lacerda.
Outra questão é o gerenciamento das lojas de apps. Ao lançar um aplicativo na App Store ou Play Store, é possível optar por incluir anúncios ou pagar uma assinatura vitalícia. No entanto, dependendo do modelo de negócio, pode haver também a cobrança de uma porcentagem sobre as receitas geradas. Dessa forma, a empresa mantenedora obtém lucro ao fornecer as ferramentas necessárias para o desenvolvimento de produtos que rodem em seu sistema operacional.
Os desafios podem ser grandes e muitas vezes imprevisíveis, mas ainda vale muito a pena investir nesse mercado, que está em constante crescimento e carece de profissionais qualificados, numa era em que a mobilidade deixou de ser uma opção. Segundo dados da Agência Senado, estima-se que o Brasil forme 53 mil profissionais por ano, enquanto a demanda média anual é de 159 mil. É crucial para qualquer empresa, pública ou privada, estar alinhada a essa nova realidade.
Este conteúdo foi produzido por:
João Paulo Silva Costa
Desenvolvedor front-end/mobile na Skylar. É graduado em análise e desenvolvimento de sistemas e trabalha com desenvolvimento de software.