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Coluna

Uma interface bonita, sozinha, é capaz de atrair e reter usuários?

6 de março de 2024

7 min de leitura

O campo do Design de Experiência do Usuário (UX Design) está em constante mudança, impulsionado por metodologias de pesquisa cada vez mais sofisticadas, que visam compreender as interações complexas entre os usuários e os inúmeros sistemas digitais.

Em um ambiente tecnológico dinâmico, onde o usuário tem altas expectativas relacionadas aos produtos e serviços digitais, a pesquisa desempenha um papel importante na definição do caminho para o sucesso no UX Design. Metodologias de pesquisa eficazes são os alicerces de uma estratégia de design centrada no usuário, proporcionando percepções e ideias valiosas, que ajudam na tomada de decisões ao longo do ciclo de vida do projeto. O processo de design emprega uma grande variedade de abordagens de pesquisa para investigar as necessidades, os comportamentos e as motivações que impulsionam os usuários.

Em meio às metodologias mais populares, destacam-se as entrevistas com os usuários, os testes de usabilidade e a análise heurística – revisão da interface baseada nas heurísticas de Nielsen, que são as diretrizes fundamentais de UX desde 1990 e visam ajudar a criar soluções digitais simples e intuitivas, facilitando o uso. Além das citadas acima, outra ferramenta importante é o card sorting, que ajuda a construir a arquitetura da informação e conta com a participação dos usuários para entender como criar categorias e organizá-las, facilitando o processo de encontrar um determinado produto em um site, por exemplo. Cada uma dessas abordagens possui características distintas e, para escolher qual será aplicada, é preciso ter claros quais são os objetivos específicos do projeto.

A metodologia ágil transformou a maneira como as equipes de desenvolvimento criam e entregam produtos, pois ela promove flexibilidade, abrindo espaço para ajustar o projeto ao longo do seu desenvolvimento, diferentemente dos métodos tradicionais, que apenas observavam as mudanças necessárias após a finalização do projeto. Entretanto, integrar práticas de design centrado no usuário nesse contexto pode ser desafiador, uma vez que, embora a natureza incremental do desenvolvimento ágil proporcione flexibilidade e velocidade, muitas vezes pode parecer que está em conflito com as abordagens do processo de pesquisa de UX Design. A falta de tempo dedicado à pesquisa e à prototipagem aprofundadas pode comprometer a compreensão das necessidades do usuário, resultando em soluções de baixa relevância.

Entendendo a relação entre os processos de design e os métodos ágeis, a colaboração contínua entre designers e desenvolvedores se torna o principal elo para que a integração seja bem-sucedida. A Skylar promove diariamente reuniões de alinhamento entre o design e o time de desenvolvimento. Todas as ideias de design são compartilhadas, para fomentar a discussão sobre a viabilidade e o tempo necessário de execução. Isso é primordial para não haver perda do nosso ativo mais caro, o tempo; além disso, essas conversas são momentos de geração de ideias e revisão do que está sendo produzido, possibilitando a atualização da rota a cada etapa do processo. A formação de equipes multidisciplinares, em que designers estejam envolvidos desde as fases iniciais do planejamento ágil, é fundamental, uma vez que as atividades de UX precisam acontecer antes, durante e depois das etapas de programação. Esse ciclo se renova constantemente para que o produto esteja sempre alinhado às necessidades do usuário.

Em ambientes ágeis, a prototipagem rápida torna-se uma ferramenta valiosa para validar ideias de design de forma prática e econômica. A criação de protótipos permite ajustes contínuos com base no feedback do usuário, mantendo a flexibilidade para o desenvolvimento ágil. Testes contínuos, mesmo em estágios iniciais, garantem que as decisões de design sejam informadas por dados do usuário.

A prática comum de utilizar histórias do usuário no desenvolvimento ágil pode ser potencializada incorporando elementos de design centrado no usuário. As histórias do usuário não apenas descrevem a funcionalidade desejada, mas também incluem considerações específicas de UX, como personas, jornadas do usuário e critérios de aceitação baseados em experiência do usuário.

Em vez de considerar a experiência do usuário como uma fase isolada no início do projeto, a integração efetiva de design centrado no usuário em ambientes ágeis exige uma abordagem contínua. A coleta constante de feedback, a análise de métricas de uso e as iterações regulares garantem que a experiência do usuário seja refinada ao longo do ciclo de vida do produto.

Tendências emergentes

O cenário tecnológico está em constante evolução, impulsionando a necessidade de inovação contínua nas interfaces de usuário (UI). Por esse motivo, o profissional de UX design precisa estar atento às tendências, adaptando-se para criar interfaces intuitivas e envolventes.

Entre as tecnologias emergentes estão a realidade aumentada (RA) e a realidade virtual (RV) nas interfaces de usuário. A capacidade de sobrepor informações digitais ao ambiente físico e criar experiências imersivas redefine a interação do usuário. Desde aplicativos de compras até treinamentos virtuais, a RA e a RV oferecem novas formas de engajamento e experiências altamente personalizadas.

A ascensão das interfaces conversacionais, impulsionadas por assistentes virtuais como Siri, Alexa e Google Assistant, destaca a importância da interação natural. Designers agora precisam considerar não apenas a aparência visual da interface, mas também a conversação fluida e contextual. A compreensão da linguagem natural e a capacidade de adaptação às intenções do usuário são elementos cruciais nesse cenário.

Detalhes como as microinterações, que são pequenos elementos de design que fornecem feedback ao usuário, como animações sutis, notificações e transições suaves, ganham notoriedade nesse contexto. Esses detalhes contribuem para uma experiência mais polida e agradável. A atenção às microinterações não apenas aumenta a estética, mas também melhora a usabilidade, transmitindo informações de forma clara e eficaz.

Com o aumento da oferta de diferentes dispositivos digitais e tamanhos de tela, o design responsivo tornou-se imperativo. A adaptação fluida de interfaces para vários tamanhos garante uma experiência consistente. Além disso, a consideração da continuidade entre dispositivos, conhecida como design multiplataforma, permite que os usuários transitem sem esforço entre desktops, tablets e smartphones. O esforço nesse assunto é grande, e o uso correto de ferramentas de construção de interfaces como o Figma é imprescindível, tanto para pequenos projetos – como a construção de landing pages – quanto para projetos mais complexos – sistemas de prestação de serviços, por exemplo.

A personalização da experiência do usuário, impulsionada por algoritmos de machine learning, é uma tendência que continua a ganhar destaque. Interfaces que aprendem com o comportamento do usuário antecipam necessidades e oferecem recomendações personalizadas, elevando a relevância e o valor percebido e fazendo com ele queira continuar usando o produto. A capacidade de investir na personalização sem comprometer a privacidade torna-se uma consideração crítica.

Acessibilidade e inclusão

A busca por acessibilidade e inclusão tornou-se um assunto ético e prático no campo do UX Design. Por isso, explorar a importância de criar experiências que atendam a diversos usuários, incluindo aqueles com diferentes habilidades e necessidades, é imprescindível para conseguir atingir grupos distintos de pessoas.

A acessibilidade no UX Design refere-se à prática de garantir que produtos digitais possam ser percebidos, operados e compreendidos por usuários com uma variedade de habilidades e necessidades. Essa abordagem vai além do cumprimento de padrões regulatórios, buscando proporcionar a todos uma experiência significativa e inclusiva. Uma das boas práticas de UX é o Design Universal, que defende a prática de criar interfaces que beneficiem o maior número possível de usuários desde o início, sem a necessidade de adaptações posteriores.

Os testes com usuários, envolvendo pessoas com diferentes habilidades em termos de usabilidade são essenciais. Isso não apenas identifica obstáculos, mas também valida a eficácia das soluções de acessibilidade implementadas, uma vez que somente essas pessoas podem atestar se as ideias geradas pelos times de produtos estão realmente adequadas às suas necessidades.

Outro ponto importante é garantir a compatibilidade com tecnologias assistivas, construindo soluções que sejam compatíveis com leitores de tela, teclados especiais e dispositivos de entrada alternativos. Isso é fundamental para atender às necessidades de usuários com deficiências visuais, auditivas, motoras ou cognitivas. Essa realidade nem sempre está presente nos times de produtos, pois as empresas acabam tendo pouco tempo ou recursos para investir neste tema, deixando a prática dessas tecnologias em segundo plano.

A inclusão vai além da acessibilidade técnica, abrangendo a representação e consideração de diferentes grupos de usuários. Isso inclui pessoas de diversas origens étnicas, culturais e sociais. A pluralidade na equipe de design desempenha um papel vital na criação de interfaces que consideram uma ampla gama de perspectivas e experiências.

Apesar de todo esse esforço na construção de tecnologias e soluções que ajudem no processo de inclusão de diferentes grupos, o acesso universal à tecnologia não é uma realidade, e a inclusão digital requer esforços contínuos para superar barreiras econômicas, educacionais e geográficas. Um exemplo desse cenário é a ferramenta Figma, que foi citada acima como um recurso para a construção de interfaces digitais. Essa plataforma não foi pensada para pessoas com deficiência visual, inviabilizando seu uso por quem tem essa condição.

A busca por acessibilidade e inclusão não beneficia apenas usuários com necessidades específicas, uma vez que um ambiente pensado para pessoas com deficiência também proporcionará uma comunicação com linguagem mais clara e incentivará a construção de uma interface mais fácil de ser compreendida e utilizada por todas as pessoas, resultando em designs mais eficientes. Além disso, atender a uma variedade de perspectivas pode levar a inovações que beneficiem a construção de soluções mais abrangentes e inclusivas. Ao analisar a estratégia do Google, é possível notar uma comunicação sóbria, cores neutras, interfaces minimalistas e linguagem simples, padrões que podem ser utilizados pelo maior número de pessoas.

Além da estética

Em um mundo digital onde a quantidade de conteúdos cresce exponencialmente todos os dias e os usuários buscam por soluções práticas, a estética de uma interface é, sem dúvida, um fator decisivo para atrair usuários e, consequentemente, para o sucesso de qualquer negócio. Mas o esforço para reter o usuário vai além da superfície visual.

Ao considerar apenas a estética, o risco de negligenciar elementos relevantes é alto, como a adaptação a diferentes necessidades, a compreensão do usuário, a responsividade para vários dispositivos e a otimização constante com base em dados concretos. Interfaces bonitas são importantes, mas nem sempre são alicerçadas na funcionalidade, usabilidade e capacidade de proporcionar soluções eficazes aos usuários.

Portanto, após analisar todos os temas discutidos, é possível responder à pergunta “Uma interface bonita, sozinha, é capaz de atrair e reter os usuários?” com um definitivo não, visto que todas as ferramentas citadas no processo de design de experiência do usuário precisam vir antes, durante e após a construção de uma interface. Esse ciclo não para nunca, sempre reiniciando as pesquisas e estudos com os usuários. É possível observar esse processo em grandes players do mercado, como os bancos, que sempre lançam atualizações em seus aplicativos, com alterações em suas interfaces.

A atração e a retenção eficazes exigem um compromisso com a pesquisa, a inovação, a acessibilidade e uma avaliação contínua da experiência do usuário. Ao integrar esses elementos, os designers têm a capacidade não apenas de atrair, mas também de manter usuários engajados, construindo relações duradouras e contribuindo para o sucesso sustentável de uma interface digital.

Este conteúdo foi produzido por:

Bruno Henrique Martimiano

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UX designer na Skylar, atua em todas as etapas do processo de desenvolvimento dos produtos da marca. Já trabalhou na área comercial em empresas do setor financeiro, mas migrou de carreira para o nicho de produtos digitais. É apaixonado por diversidade cultural, relações humanas e pelo mundo dos negócios e está sempre atento às inovações tecnológicas.

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"Startup" de tecnologia e legendagem que faz parte das iniciativas do Pecege, utiliza inteligência artificial e técnicas linguísticas para fazer legendagem em tempo real. Atuante nas áreas de educação, eventos, agronegócio, tecnologia, saúde, entretenimento e esportes, entre outras. Acesse o site!

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