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Coluna

Uma jornada entre gladiadores e leões

25 de abril de 2025

5 min de leitura

Soluções de inovação das startups, presentes também nos campos da gestão e da cultura dos negócios, inspiram grandes corporações

“Salve, mercado, aqueles que estão prestes a empreender te saúdam!”

Num misto de coragem e muita resiliência — para conseguir “matar um leão por dia” enquanto desenvolvem novas oportunidades de negócios —, os fundadores de startups são indivíduos que se lançam ao desafio de empreender sem ter a certeza de um sucesso iminente, num ambiente de alto risco e competição.

Além de um produto ou modelo de negócio inovador, para amparar as batalhas com os gladiadores que já ocupam a arena dos setores em que pretendem atuar, os empreendedores também precisam tomar decisões e assumir riscos com base em suas intuições, naquilo que o ecossistema de inovação conceituou como um “salto de fé”.

No entanto, essa não é uma epopeia de muitos heróis. Afinal não são todas as startups que conseguem validar e escalar soluções inovadoras sobrevivendo às provações do coliseu chamado mercado. Só para dar uma dimensão, a pesquisa “Causas da mortalidade das startups brasileiras”, realizada pela Fundação Dom Cabral com 355 empreendedores, indicou que pelo menos 25% das startups morrem com um tempo inferior a um ano de vida, e pelo menos 50% morrem antes de completar quatro anos.

Para aqueles que perseveram e conquistam o seu lugar entre os campeões da economia criativa, não resta outra opção senão desafiar o status quo para provocar mudanças nas estruturas de segmentos econômicos e de grandes impérios empresariais. Pode até parecer roteiro de filme de Hollywood, porém, nesta estória os desafiantes precisam de muito mais do que um papel de destaque com fala envolvente para sobreviver e conquistar as massas. Não há espaço para promessas de powerpoint e storytelling que não entreguem valor real para alguma demanda ainda não atendida pelos players dominantes.

Num combate entre insurgentes e incumbentes, as startups desempenham um papel fundamental na promoção da inovação e no impulsionamento do crescimento econômico e, para entender melhor o seu jeito de ser, é importante primeiro compreender como elas operam. As startups são empresas emergentes que buscam desenvolver e comercializar produtos ou serviços inovadores, num modelo de negócio repetível e escalável, muitas vezes utilizando tecnologia como diferencial competitivo.

No entanto, juntamente com as tecnologias, há métodos e processos para apoiar a jornada empreendedora. Entre eles está o Lean Startup, que é uma metodologia para a criação de produtos e serviços descrita no livro “A Startup Enxuta”, de Eric Ries. A proposta do autor é que a inovação contínua e sustentável depende de um processo correto, e não de uma ideia genial ou do melhor timing de marketing. O objetivo da metodologia é reduzir riscos, prejuízos e tempo envolvidos nas atividades das startups.

A aplicação desse método envolve a identificação e eliminação de desperdícios nos processos de desenvolvimento e tem como base a utilização de Produtos Mínimos Viáveis (MVPs), num processo de iteração que envolve três passos: construir, medir e aprender.

Como usar o método Lean Startup na prática?
Fonte: AAA Inovação.

Outra característica comum na trajetória das startups é que essas empresas geralmente passam por um ciclo de vida que inclui estágios como os de ideação, validação, operação, tração e expansão. Independentemente do estágio, é importante que sejam estabelecidos indicadores de sucesso e sejam monitorados os fatores críticos que podem influenciar no êxito ou no fracasso desse tipo de negócio.

Com relação às métricas de gestão, é comum que as startups utilizem indicadores como o custo de aquisição de clientes (CAC), a receita recorrente mensal (RRM), a taxa de conversão de leads em clientes e a taxa de evasão de clientes (Churn), entre outros.

Porém, cada startup poderá estabelecer o seu mix de indicadores, a depender do modelo de negócio e da característica da solução desenvolvida. Por exemplo: um hardware (produto físico), um SaaS (software as a service, consumido no ambiente on-line) ou uma combinação de ambos acompanhados de serviços complementares.

Métricas e indicadores são elementos importantes para medir a saúde e o desempenho de uma startup. No entanto, não é apenas com bons números que esse tipo de empreendimento pode evitar a sua sentença de morte. Os motivos de insucesso de uma startup podem passar por uma série de fatores externos ou internos à gestão do negócio em si.

Desde questões de falta de aderência do produto ao mercado (product-market fit) até a falta de pessoas com capacidade técnica para compor o time na fase de tração ou até mesmo a reação de uma grande empresa, que pode partir para uma estratégia hostil na tentativa de manter sua posição.

A falta de capital também é uma das maiores dificuldades para as startups, seja na fase de ideação, seja na fase de expansão, sendo que o recurso financeiro é um dos principais combustíveis para manter a empresa em operação ou sustentar a aceleração e o crescimento. Isso sem falar no tão temido “vale da morte”, que compreende a fase entre o desenvolvimento do produto e o momento em que a empresa começa a gerar receita suficiente para cobrir os custos operacionais.

Dá para notar que o “startupeiro” não tem uma vida fácil. Não é à toa que, de acordo com a pesquisa “The Top 12 Reasons Why Startups Fail”, realizada pelo CB Insights, apenas 10% das startups sobrevivem e 70% encerram as atividades entre os dois e os cinco anos de existência. Na lista abaixo é possível conferir os 12 motivos de fracasso mapeados pela organização.

Os 12 principais motivos de fracasso das startups
Fonte: Adaptado de “The Top 12 Reasons Why Startups Fail”.

Por mais que ainda haja um nível de desconfiança dos agentes do mercado sobre o modo de atuação do ecossistema das startups, que costuma ser de muita atitude e irreverência, para não fazer mais do mesmo, é importante destacar que esse setor da economia é muito competente e não é baseado só na política do “pão e circo”.

O ambiente empreendedor tem características bem particulares, conta com uma grande rede de apoio — com incubadoras, aceleradoras, hubs, investidores-anjo, entre outros —, e os fundadores também conseguem inovar na gestão e na cultura que orienta os negócios. Tanto que grandes corporações passaram a utilizar benchmarks do empreendedorismo para acelerar suas jornadas de transformação digital ou, até mesmo, para começar a investir e a adquirir startups.

Entre gladiadores e leões, as startups seguirão sua jornada em busca de consagração nessa nova economia, que tem como base o triunvirato do capital humano, das novas tecnologias e dos novos modelos de negócio. É uma abordagem que coloca as empresas tradicionais em xeque, mas não as impede de ajudar na consolidação das empresas emergentes, aprendendo, investindo e assinando os seus cheques.

Para ter acesso às referências desse texto clique aqui.

Autor

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Ricardo Campo

É head de consultoria da Rural Insights, professor da Faculdade CNA e professor e coordenador do eixo de Empreendedorismo e Inovação da graduação em Negócios Digitais da Faculdade Pecege. Com MBA em Marketing pela FGV e mestrado em Administração e Agronegócios pela ESALQ-USP, sua trajetória inclui a atuação no time de Inovação da Raízen e do Pulse Hub, assim como nos times de marketing da DSM/Tortuga e do Rabobank Brasil.

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