Gestão da mudança amortece impacto das grandes transições organizacionais
20 de junho de 2024
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Toda mudança gera algum impacto nas pessoas envolvidas, e isso vale também para as corporações, principalmente as contemporâneas, que têm enfrentado rupturas no status quo com mais frequência, na tentativa de não ficar para trás em um mercado altamente tecnológico e competitivo. A gestão da mudança funciona como um “amortecedor” que prepara, acompanha e avalia os processos de reestruturação das empresas modernas e os impactos que isso gera.
Na entrevista abaixo, concedida à Revista Estratégias e Soluções (E&S), da Editora Pecege, a apresentadora Soraia Fessel conduz uma conversa com o professor associado da USP (Universidade de São Paulo) Mateus Gerolamo, especialista em gestão da qualidade, projetos, mudança e inovação, e com a consultora de gestão da mudança e estratégia de negócios Lilian Ponce. Os dois desvendam vários aspectos sobre esse assunto e falam a respeito do livro que lançaram em parceria com a Editora Pecege, “Introdução à gestão da mudança em organizações”.
Uma das figuras mais importantes quando uma empresa está prestes a romper um paradigma é a do líder. Segundo Mateus Gerolamo, se a liderança não compreende a mudança e não acompanha sua implantação, ela corre o risco de dar o contraexemplo, por não entender o que significa aquela mudança para a empresa. Um ambiente de confiança entre líderes e liderados, diz Gerolamo, é fundamental para vencer resistências e emplacar a implementação de inovações corporativas.
“O líder tem o papel de inspirar”, concorda Lilian Ponce. De acordo com ela, um dos benefícios da gestão da mudança é construir uma rede de apoio, um grupo que ela batizou de “agentes de mudança” e que descreve nesta entrevista como vírus sendo inoculados em várias áreas da companhia.
São pessoas que fazem parte das equipes e que são treinadas para identificar e dar suporte a quem está mais resistente, de modo a mitigar as dores de cada time, explicou ela. “Eles criam com a gente o plano de ação”, conta.
Outro fator importante, para Gerolamo, é a atitude da empresa quando alguma iniciativa não dá certo. “Se eu sou preparado como líder, como eu respondo?”, pergunta. Segundo ele, o líder tem o papel de conduzir o insucesso, para que haja um aprendizado, e a situação seja revertida com segurança psicológica para todos os envolvidos. Segundo ele, por outro lado, “todo acerto reforça o comportamento [que levou ao bom resultado]”, e é isso que deve ser perseguido para que a empresa entre em um ciclo contínuo de mudanças e inovação.
Sobre os entrevistados
Mateus Gerolamo é professor na Universidade de São Paulo (USP), atua nas áreas de gestão da qualidade, projetos, mudança e inovação.
Lilian Ponce é consultora de empresas com ênfase em transformação digital e gestão de mudanças organizacionais.